Só quem conhece a história da exploração dos povos latino-americanos, inclusive do Brasil, pelas elites vinculadas ao neoliberalismo (escola muito bem representada pelos Estados Unidos) sabe o que representa o resultado do referendo popular para a nova constituição boliviana. Abaixo está uma matéria, do dia 26, divulgada no jornal Brasil de Fato.
BOLIVIANOS APROVAM NOVA CONSTITUIÇÃO
Esta foi a primeira vez em 183 anos de vida republicana que os bolivianos são chamados a participar de um referendo constitucional
26/01/2009
Apesar de na Bolívia o resultado oficial ser divulgado apenas dentro de 10 dias, após recontagem oficial, o povo boliviano já comemora a vitória do "sim" no referendo constituicional realizado deste domingo (25). As pesquisas de boca de urna realizadas por emissoras de rádio e televisão privadas e estatais apontam para uma votação de 60% x 40% em favor do "sim".
Esta foi a primeira vez em 183 anos de vida republicana que os bolivianos são chamados a participar de um referendo sobre a Constituição. Nestes quase dois séculos foram convocados apenas 5 referendos, sendo dois deles (40%) pelo governo do presidente Evo Morales Ayma, que completou no último dia 22 três anos no Palácio Quemado.
Todas as organizações internacionais, juntamente com a Corte Eleitoral Nacional, confirmaram a lisura do processo eleitoral. Os observadores da OEA, Mercosul, Unasur e União Européia foram unânimes em afirmar que o referendo cumpriu com os padrões internacionais e as leis nacionais de maneira exitosa, tendo sido absolutamente respeitada a vontade do povo boliviano.
Logo após os resultados da boca de urna, os partidários do "sim" lotaram a Praça Murillo, no centro de La Paz, para comemorar. Da sacada do Palácio, o presidente Evo Morales se dirigiu à multidao e afirmou: "Aqui termina o Estado colonial. Acabou o colonialismo interno e externo. Aqui também terminou o neoliberalismo, assim como as riquezas naturais da Bolívia não serão mais propriedade de alguns senhores, mas de todo o povo boliviano".
Fonte: Brasil de Fato / de La Paz, (Bolívia) / Por Fernanda Chaves e Marcelo Salles / última modificação por Michelle Amaral da Silva