PENSO, LOGO, BLOGO!

Blog inserido no debate político e de fatos importantes do Município de Londrina (y otras cositas más), que pretende trazer a visão desta jornalista e cidadã londrinense. Lorena Pires Rostirolla (MTB/PR 2.943)

13 de mai. de 2016

#governoilegítimo #retrocessoimperanoBrasil

Aterrada em ver pessoas que "considerava", comemorando o afastamento da presidente, sem se aperceber o quanto serão prejudicadas por este governo ilegítimo que se instala. Prejudicadas, não apenas pelas alterações para pior nas políticas públicas, mas - algumas - no seu trabalho, em implementá-las.
 
Então, além da desastrosa medida provisória que extingue os Ministérios da Cultura, das Comunicações, das Mulheres, Igualdade racial e Direitos humanos e que promove um verdadeiro retrocesso, temos também a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário que passa agora a compor o Ministério do Desenvolvimento Social - que deixou de ser também de Combate à Fome mostrando a que vem essa nova política - que passa a se chamar Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário, tendo à frente um inexpressivo Osmar Torres (PMDB-RS) que, de política de desenvolvimento social e agrário não se acha vinculação nenhuma ao ser pesquisado na internet.e com atuação pífia como deputado federal (deem uma olhada nos projetos ??? apresentados por ele na Câmara Federal).
 
Aí, para piorar ainda mais a situação, para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, quem é escolhido? Blairo Maggi (PP-MT). E havia quem reclamasse da Kátia....kkkkk. Pois vai aí um pouquinho desse "....":
(Do wikipedia.org: Blairo Borges Maggi (Torres, 29 de maio de 1956) é um agrônomo, empresário e político brasileiro conhecido como o "rei da soja". Senador pelo estado do Mato Grosso...
...Em 2005, quando governador, Maggi foi considerado pelos ambientalistas como um dos maiores promotores do desmatamento e da destruição da Floresta Amazônica.)
 
É, POLÍTICAS DE AGRICULTURA FAMILIAR. AGUARDEM!!!
 
Isso sem falar da questão ambiental.
 
Mas, para acabar mesmo, é ter à frente do Ministério da Saúde, ninguém menos que Ricardo Barros (PP-PR), da família Barros aqui do nosso Estado e da qual conhecemos muito bem a fama e os processos de Maringá (Ainda do wikipedia.org: Barros é investigado por suposta fraude em licitação para publicidade realizada em 2011, no segundo mandato de seu irmão-fantoche, Silvio Barros II (PHS), como prefeito de Maringá.)
 
PORÉM, MESMO COM TUDO ISSO A NOS ATROPELAR E INDIGNAR, EU CONTINUO A PERGUNTAR:
 
TEMOS UMA PRESIDENTE AFASTADA, MAS QUE AINDA NÃO FOI DESTITUÍDA, ESSE GOVERNO ILEGÍTIMO PODE FAZER TODAS ESTAS ALTERAÇÕES NA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DO GOVERNO BRASILEIRO?
 
ALGUM(A) JURISTA ME RESPONDA. SE FOR "LEGAL", COM CERTEZA NÃO É MORAL.

22 de abr. de 2016

Violentada, ultrajada e do Brasil



À parte as questões políticas (sem esquecer que tudo faz parte do jogo político) geradoras da situação de golpe pela qual o Brasil passa e indignada com fatos que estão atravessados em minha garganta, tirei um tempo para despejar as palavras que turbilhonam minha mente.

"Vai tomar no cu", "puta", "vaca comunista", "anta", "bandida" - sem contar outros ainda piores -, são alguns dos xingamentos que Dilma Rousseff tem se obrigado a engolir, mantendo a pose na Presidência da República e o respeito ao seu cargo.

E nós, educadas que somos, vamos engolindo junto, não sem perceber que cada palavrão nos atinge diretamente como mulheres.

Em um país considerado um dos mais machistas do mundo somos obrigadas a ser violentadas, não apenas em nossas casas, por nossos companheiros, pais, filhos e homens que circulam em nosso convívio social, mas midiaticamente e virtualmente.

Mais que os palavrões, políticos que deveriam representar seus eleitores - dentre eles muitas mulheres - reafirmam a cultura do macho. O "tchau, querida" em cartazes verde e amarelo empunhados pelos golpistas no Congresso Nacional durante a votação do impeachment, no domingo (15/04), foi uma demonstração. Fosse um homem o presidente, não veríamos um "tchau, querido".

Não satisfeitos em vilipendiar a imagem e a figura da autoridade máxima brasileira, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) mirou a presidenta e, apesar de acertar todos e todas as vítimas da ditadura civil e militar (1964-1985), atingiu diretamente Dilma, que deve ter (re)sentido todas as torturas pelas quais passou nas mãos de torturadores naqueles minutos em que pairou silêncio absoluto em uma das salas de reunião do Palácio do Planalto.

Ao expor seu apreço e posição favorável à ditadura: "perderam em 1964 e agora em 2016", este homem atingiu seriamente conceitos que  trazem no nome o gênero feminino como "Soberania", "Nação" e "Pátria" e mostrou sua "cara" fascista e perigosa.

Acintosamente, ao homenagear o torturador "oficial" Brilhante Ustra, esse pulha sabia o mal estar que iria causar e o pavor que reverberaria em todos(as) os(as) que foram suas vítimas, suas famílias e amigos(as). Mas sabia mais, que aquilo atingiria diretamente Dilma. Ouso dizer que senti como que uma ameaça a ela.

Seguiu-lhe os passos o filho e também deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSC-SP), que em seu breve momento de "glória" vomitou "pelos militares de 64".

Não bastasse tudo isso, Veja, a revista mais escrota do Brasil, indignou milhares (se não milhões) de mulheres brasileiras com o artigo (PASMEM) de uma mulher (Juliana Linhares) sobre Marcela Temer com o título: "Bela, recatada e do lar", que torna óbvia mensagem às brasileiras e à Dilma de que mulher no Brasil:

1º) No mais alto posto do poder executivo - a Presidência da República - a reserva do posto de primeira dama como devendo ser o único e exclusivo anseio de uma mulher;

2º) Não adianta lutar ou buscar os espaços de poder. Eles devem continuar sob as asas masculinas; e,

3º) É assim que todas as mulheres (TODAS, SEM EXCEÇÃO) devem se comportar e é assim que aceitamos que vivam.

Ao mesmo tempo, esse mesmo discurso induz os homens, principalmente os agressores físicos, emocionais e psicológicos, a continuarem e reafirmarem sua práxis machista. Tudo que vai no contraponto às políticas afirmativas do papel atual da mulher na sociedade brasileira.

Por isso, eu posso afirmar nesse desabafo, que todas as agressões e preconceitos que sofri ao longo da minha vida (e olha que não fui torturada pelos militares) têm estado latentes em mim. Não só quando o alvo é Dilma Rousseff, mas também quando o ódio e a intolerância despejam ofensas e agressões às mulheres feministas, às que se levantam contra seus algozes, às que lutam por espaços de poder, às que combatem a violência doméstica, sexual e o feminicídio, às de esquerda, etc...

O pior é que muitas brasileiras reproduzem o discurso e a prática machista. Cegas em sua ignorância, deixam-se manipular e relegam à mulher o papel de procriadoras e à reles função de "amadas" mães e esposas. Violentadas que são por suas próprias pobres concepções do que é ser mulher.

Assim, o título "Bela, recatada e do lar", da Veja, reflete o pensamento macho e patriarcal. Já o meu "Violentada, ultrajada e do Brasil" expõe a realidade pela qual passa, não apenas Dilma Rousseff, mas toda cidadã brasileira hoje.

Imagem retirada do site google.com.br