Estamos aqui na I CONFECOM e o clima está quente. Após a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão terem boicotado todo o processo da conferência, ontem (dia 14), antes da abertura, a Associação Brasileira de Radiodifusores, que tem como associadas as redes TV! e Bandeirantes agiu para garantir temas sensíveis também dentro dos grupos de trabalho, repetindo recurso exigido em maio deste ano, para que as entidades empresariais se mantivessem no evento.
O quórum sensível, como está sendo chamado, é um tipo de votação que poderá inviabilizar a CONFECOM e que só servirá para que o setor empresarial de comunicação faça a propaganda de uma conferência esvaziada de propostas.
Para a sociedade civil organizada, que luta há muitos anos, pela democratização da comunicação, o quórum sensível foi uma estratégia dos empresários para impedir a aprovação de temas estratégicos para a consolidação do controle social na área e o acesso da maioria da população ao empoderamento e acesso à informação.
Diferentemente do processo democrático que respeita a maioria (50% mais 1), o tipo de votação apresentado pelo setor empresarial exige uma votação de 60% + um voto de cada segmento, aqui representados pelos empresários, poder público e sociedade civil organizada. Como os segmentos estão distribuídos em 40%, sociedade civil organizada; 40%, setor empresarial, e 20%, poder público, pode-se imaginar a dificuldade que será aprovar propostas que exijam um maior debate.
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Como o acesso à Internet está difícil aqui na CONFECOM, mais tarde deverei falar um pouco da abertura do evento ontem, que contou com a presença do presidente Lula e também sobre o que está acontecendo hoje.
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