De repente tudo deixa de ter importância.
O fato dela ter sido abusada sexualmente desde os seis anos de idade por um homem que tinha a confiança de sua mãe e que deveria agir como pai. Não tem importância.
O fato de ela ter sido obrigada a aceitar a condição e manter o silêncio. Não tem importância.
O fato de que o que aconteceu irá afetar o resto de sua existência. Não tem importância.
O fato de que ela corria risco de vida ao manter a gestação. Não tem importância.
Só tem importância o fato de que tentaram transformar um drama particular, resultado de um crime - do meu ponto de vista imperdoável, em bandeira de defesa contra o aborto.
É de morrer de rir... ou de chorar. O criminoso não foi excomungado porque seu crime "tem perdão". Mas a equipe médica e todos os envolvidos para a realização do aborto foram excomungados.
Na matéria "Arcebispo excomunga médicos e parentes de menina que fez aborto", divulgada no site da Globo, está o trecho abaixo:
...A reação do arcebispo foi imediata. Assim que soube que o aborto havia sido consumado, dom José Cardoso Sobrinho disse que a Igreja Católica considera que houve um crime e um ato inaceitável para a doutrina. E decidiu: todas as pessoas que participaram do aborto, com exceção da criança, estão excomungadas da Igreja.
“Para incorrer nessa penalidade eclesiástica, é preciso maioridade. A Igreja, então, é muito benévola, quer dizer, sobretudo, com os menores. Agora os adultos, quem aprovou, quem realizou esse abordo, incorreu na excomunhão. A Igreja não costuma comunicar isso. Agora, a gente espera que essa pessoa, em momentos de reflexão, não espere a hora da morte para se arrepender”, afirma...
Em nome de Deus o homem pensa ser dono da razão. Sim. O homem. Porque "dom" José Cardoso Sobrinho nada mais é que um homem. E assim como ele disse que as pessoas que excomungou não esperem a hora para se arrepender, que também assim com ele ocorra a mesma coisa.
Parabenizo a equipe médica e todos os envolvidos por sua decisão em favor da vida, aliás de toda a vida que ainda terá essa criança violentada não apenas em seu corpo, mas em sua pureza infantil, marcada por esse crime.
Ainda bem que já foi provado que nem sempre as decisões da igreja, são as decisões de Deus. Temos aí a história da inquisição e das guerras promovidas em seu Nome, entre outras coisas.
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