Consciente e solidário aos professores e professoras, ele apoiou a primeira greve e, novamente, entendeu, os motivos da segunda paralisação. Comigo, por todos os meios e pelo facebook, junto a amigos e professores(as), acompanhou tudo o que estava ocorrendo e ainda está acompanhando e acreditando. Continua solidário.
Porém, meu filho, que ainda será um trabalhador, saiu de um período de provas e, mesmo tendo ido muito bem em todas, aguardava apenas a realização de um simulado para fechar o bimestre, quando começou a greve. E eis que, em meio a tudo que estava ocorrendo, meu filho continuava a tirar horas de seu dia para estudar.
Por quê? Porque ele acredita. Ele acredita em seus professores e professoras. Ele acredita na Educação. Ele acredita em si mesmo e em sua capacidade de crescimento.
Sem querer desmerecer os demais trabalhadores e trabalhadoras nesse 1º de maio de 2015, pois todos(as) são fundamentais ao desenvolvimento do país e lutam por sua sobrevivência e por suas categorias, hoje quero render o meu respeito e solidariedade aos professores e professoras públicos, em especial, àqueles que estiveram presentes no massacre promovido pelos atores políticos: o governador do Estado do Paraná, Carlos Alberto Richa (PSDB); o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), o deputado Ademar Luiz Traiano (PSDB); o líder de Governo na ALEP, o deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB); e o secretário do Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (SESP/PR), Fernando Francischini (Solidariedade).
Rendo meu respeito aos educadores (as), porque até esses quatro atores políticos que citei, passaram por salas de aula, tiveram professores(as). O juiz que concedeu o interdito proibitório também. O comandante e os policiais militarizados, idem. Os atiradores que estavam em cima do prédio tinham mira, porém jamais conseguiriam saber se um(a) de seus(suas) professores(as) poderia estar lá. Os palhaços e palhaças que - do Palácio do Iguaçú - riam dos(as) servidores(as) e professores(as) desesperados correndo para todos os lados, sendo covardemente atingidos por bombas de efeito moral e gás lacrimogênio, balas de borracha e canhões de água, também tiveram professores(as). Aliás, eles devem ter, em suas famílias, algum professor ou professora.
Que vergonha! Que tristeza! Quanta dor! Quantos hoje choram em seus lares? Quantos(as) servidores(as) hoje - 1º DE MAIO - estão se sentindo impotentes, pois foram feridos(as) em seus direitos? Não foram ouvidos(as). Não foram respeitados(as). Foram agredidos(as) e marginalizados(as). Pessoas decentes que contribuem para o desenvolvimento do Estado com o seu trabalho, pagando seus impostos e, uma parcela prestando serviços à população em todas as áreas da Gestão Pública e outra parcela cuidando da Educação dos filhos e filhas paranaenses. Hoje, o 15 de outubro (Dia do Professor) e o 28 de outubro (Dia do Servidor Público) somam-se ao Dia do Trabalhador.
Mas não se enganem. O mesmo golpe que tenta derrubar é o que nos dá força para levantar. Agora não são apenas os(as) trabalhadores(as) do serviço público. São todos(as) os(as) paranaenses que se levantam. E está repercutindo. Todo o Brasil se solidariza. Há movimentos, manifestações e paralizações em outros estados. Não podem mais calar nossa voz e nossas mãos estão se unindo.
Nós, profissionais da comunicação, também não podemos nos calar diante da mídia que está acobertando o massacre e as ações desse (des)governo e, inclusive, de outros como os de São Paulo, Pará e Pernambuco onde também ocorrem greves. Temos que rebater, uma a uma as alegações do escroto Reinaldo Azevedo e seus pares. Precisamos desconstruir o discurso da mídia tradicional e temos força e poder para isso.
Assim como meu filho, EU ACREDITO! Assim como milhares de paranaenses, EU ACREDITO! Estamos de luto, mas somos de luta. Jamais desistiremos.
Por Lorena Pires Rostirolla
Jornalista - MTB/PR 2.943
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