PENSO, LOGO, BLOGO!

Blog inserido no debate político e de fatos importantes do Município de Londrina (y otras cositas más), que pretende trazer a visão desta jornalista e cidadã londrinense. Lorena Pires Rostirolla (MTB/PR 2.943)

4 de ago. de 2012

Por Reinaldo Zanardi:

Eleição após eleição

Em período eleitoral, voltam a repetir as cenas de sempre. De um lado, os cabos eleitorais (pagos ou convictos) gritando a honestidade de seus candidatos. De outro lado, os cabos eleitorais dos outros (pagos ou convictos) apontado a corrupção dos concorrentes e escondendo os podres de seus.

Os postulantes a um cargo público juram inocência; pregam honestidade; apregoam ética e dignidade; prometem trabalhar arduamente para a coletividade, representando o interesse da maioria, os interesses coletivos da sua comunidade.

Os grandes partidos políticos funcionam como pára-raios angariando siglas nanicas, agremiações de aluguel, mero apoio para completar o tempo da TV num exercício de exaltação das qualidades do candidato majoritário, mesmo que não as tenha.

A imprensa mascara a informação ressaltando os defeitos dos candidatos que não representam seus projetos e esconde os escândalos dos seus aliados. O jornalismo vira propaganda política e o eleitor arrota o noticiário, sem digestão completa.

Eleição após eleição surgem cientistas políticos, alçados à condição de especialistas em qualquer coisa, que dão dicas de como o eleitor deve votar; como escolher o melhor candidato; como analisar uma plataforma de governo e como buscar informações sobre as coligações.

Há muito tempo, os partidos - para conquistar e manter o poder - tornaram-se muito parecidos, sendo difícil distinguir as diferenças. Os dois maiores - PT e PSDB - trocam acusações mútuas de corrupção. Ambos têm razão. Existem desvios de recursos e de conduta nos dois governos. Petistas e tucanos, neste sentido, são assemelhados. O que pode diferir é o tamanho do rombo provocado por eles.

Como desvio é desvio, não interessa se o buraco do outro é maior. Do ponto de vista conceitual, buraco é buraco. O que vai variar é a pena a ser cumprida por quem o cavou. Tudo bem que a justiça não é tão justa quando preconiza e quanto deveria ser.

Se os partidos políticos são parecidos no item conquista e manutenção do poder como analisar a ficha biográfica (ou policial) para escolher o que deve governar por quatro anos? Atrevo-me a uma sugestão: o projeto político que representam e colocam em prática.

Não falo, não peço que meçam esse projeto político pelo programa eleitoral. Afinal, a maioria dos candidatos escreve aquilo que o eleitor quer ler e nem sempre as propostas feitas são exequíveis. Depois de eleitos, as promessas caem no vazio da memória seletiva do eleitor.

Sugiro que os projetos político-partidários sejam analisados pelo seu histórico de propostas à frente do executivo. Geralmente, partido conservador defende o estado mínimo, adora fazer graça para o empresariado com dinheiro público e constrói grandes obras para ter visibilidade.

Geralmente, partido progressista aposta nas políticas afirmativas, distribuindo renda, adora fazer graça com trabalho em rede para proteção ao cidadão e também faz pirotecnias para ter visibilidade política.

E o que tem o eleitor a ver com isso? Ele precisa verificar com qual projeto se identifica e defende para si e os seus. Representante intrínseco do empresariado não representa direitos do trabalhador. Representante intrínseco do trabalhador não representa direitos do empresariado. Não se enganem!

Para ser explicitamente explícito, um exemplo: candidatos eleitos pelo do MST não representam os interesses dos latifundiários do DEM. Assim, como os latifundiários democratas não representam os interesses do MST.

Formar a própria opinião exige um esforço grande de pesquisa, reflexão e confrontação de ideias. A formação da opinião mescla aspectos como experiência pessoal, quantidade e, principalmente, qualidade de informação.

E não devemos confundir opinião pública com opinião tornada pública por meia dúzia de colunistas. Esses despejam suas opiniões e convicções pessoais para o público (opinião tornada pública) como se fossem da maioria (opinião pública).

Se formos politizados na análise e na escolha dos candidatos que representam os projetos que nos satisfazem, poderemos ter governos melhores. Eleição após eleição.

Do blog Letras Crônicas, de Reinaldo Zanardi (jornalista)

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