Meu pai
Eu me lembro...
Quanto tempo já passou
Sentávamos na varanda
Que prazer indefinível,
Para ouvir o pai falar
Fazia-nos tantas perguntas
Todas elas pra educar
Fazia isso brincando
Nossas mentes alimentando
Nos ditando bons conselhos,
Trazendo sábia alegria,
Que ainda hoje em dia
Ouso eu de desfrutar
...eram bons tempos aqueles!?
De tardinha ele chegava
Corríamos para abraçá-lo
Tirar-lhe os sapatos
Uma disparada louca
Em busca do seu chinelo
Como se fosse uma jóia,
Um tesouro escondido,
Fazíamos isso com gosto
Só para ver em seu rosto
Expressão de alegria
Sim...
Sentávamos na varanda
Ele numa cadeira de nylon,
Velha e verde, confortável
Nós todos à sua volta
Agradeço,
Porque fez brotar em mim
A vontade de saber
E como ele mesmo diz,
Pois tem grande sabedoria,
Ser um rio largo e raso
Saciou a minha sede,
Grande sede de aprender,
Agradeço a você, meu pai,
Pai que amo e admiro,
Pois sei que sou obra sua
Grande parte do que sou
“É você”
Grande parte de você, sou eu.